Existe ou não uma tendência actual para nos concentrarmos apenas nos benefícios do digital quando se fala em gestão de recursos humanos? Sem dúvida que as novas plataformas digitais facilitam a procura e oferta de emprego, mas não podemos descurar o facto de que tornam também mais difícil reter esse mesmo talento.

Deixo-vos então alguns pontos que considerei importantes depois de ler um recente artigo da McKinsey e que podem ajudar-vos a repensar a estratégia de atracção e retenção de talento das vossas organizações:

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– Plataformas de oferta de emprego: ferramentas como o Linkedin tornaram o mercado de trabalho mais transparente. É agora mais fácil avaliar novas ofertas e comparar o seu perfil, o seu valor no mercado, com o de outros profissionais da mesma área. Será que a minha empresa me permite a mesma evolução de carreira? Estarei a perder oportunidades se continuar neste emprego? Vale ou não a pena candidatar-me a esta oferta? São perguntas que qualquer profissional que utilize estas plataformas pode colocar quando avalia a sua carreira.

O risco:

– Recrutadores e concorrentes: no mundo digital do recrutamento a sua empresa corre o risco de ser atacada em duas frentes: a) empresas de recrutamento têm agora maior facilidade em encontrar os profissionais online; b) a sua concorrência consegue com alguma facilidade, chegar até ao seu melhor talento. No final são os profissionais que detêm um enorme poder: a sua visibilidade no mercado e informação de que dispõem faz com que sejam eles quem de facto “tem a faca e o queijo na mão”.

A estratégia:

– Employer branding: não é novidade, mas o digital aumenta a necessidade de repensar a sua estratégia de employer branding e procurar a diferenciação. Como se tornou fácil conhecermos a cultura e hábitos de uma empresa através das próprias partilhas dos colaboradores que trabalham nela. Se para as novas gerações, falo claro dos Millennials e agora dos Plurals, é tão importante o sentimento de pertença à organização, pensem o quanto pode ser crucial repensarem as vossas estratégias de retenção.

Mas nem tudo é mau:

– Pôr em prática: estas novas plataformas facilitam a contratação de profissionais e podem ser também, quando bem utlizadas, ferramentas importantes para a retenção. Conseguimos com maior facilidade identificar lacunas em algumas competências, ajudar os colaboradores a adquirir novas capacidades através de formação e capacitar a nova geração de líderes. A utilização de ferramentas digitais de comunicação facilitam a interacção e permitem a partilha de informação que vai ao encontro das reais necessidades da sua equipa.

Resumindo

Não é segredo que o online aumentou a luta pela retenção do melhor talento. Mas também não devia ser segredo que as organizações sem um employee value proposition forte e apelativo vão ter grandes dificuldades no mercado actual.

Os profissionais conseguem compreender com facilidade o seu valor externo e não há forma de ter sucesso sem encontrar um equilíbrio de trabalho que considere os actuais e futuros colaboradores.

“Companies, new and old alike, cannot afford to sit on the sidelines”.

Fonte: Managing talent in a digital age, McKinsey Quarterly